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Crítica: "Convergente" (2016) - Sem spoilers

  • João Vitor Dantas
  • 10 de mar. de 2016
  • 3 min de leitura

Em 2014, chegou aos cinemas mais uma adaptação de um Best-Seller juvenil: “A saga Divergente”, que claramente bebia da fonte de outros livros adolescentes que eram superiores e fizeram mais sucesso (Harry Potter e Jogos Vorazes). Com a mesma premissa de Jogos Vorazes, somos apresentados a um futuro distópico na cidade de Chicago, onde a civilização funciona a base de um sistema de 5 facções: Abnegação, Erudição, Audácia, Franqueza e Amizade. Nesse contexto, descobrimos também que existem os “divergentes”, que são pessoas que se encaixam e todas essas facções e representam uma ameaça ao equilíbrio da sociedade.


A falta de originalidade é de longe o menor problema de “Convergente”. Já que agora o filme prova que, no gênero da distopia, ele não tem absolutamente nada a acrescentar. Como se já não bastasse as intermináveis 2 horas de filme, descobrimos então que a franquia decidiu dividir o seu último capitulo em dois filmes (acho que eu já vi isso em algum lugar...) e dessa forma o desenvolvimento desse longa é seriamente afetado, não passando de uma verdadeira enrolação e preparando o expectador para algo que parece vir acontecer, mas nunca chega de verdade.


A história do filme começa no momento em que “Insurgente” (segundo filme da franquia) acabou, Tris (Shailene Woodley), Quatro (Theo James) e seus amigos percebem que a revolução que criaram não tomou o rumo desejado e decidem explorar o que está do outro lado do muro que separa Chicago do resto do mundo. Ao cruzar o muro, eles se deparam com uma civilização mais evoluída liderada por David (Jeff Daniels).


É triste ver nomes como Shailene Woodley, Miles Teller, Kate Winslet, Jeff Bridges e Naomi Watts ligados a uma franquia com um roteiro que facilmente concorre com “Cinquenta tons de cinza” e “A saga Crepúsculo” na lista dos piores já feitos no cinema. Aliás, esse roteiro chama bastante atenção ao longo do filme, obviamente, de maneira negativa.


Com diálogos que beiram entre o brega e o tosco, o roteiro não consegue construir absolutamente nada palpável para a trama e isso é refletido no casal principal, sem química alguma; na relação de Tris com seu irmão Caleb, e, inclusive, nos antagonistas, que por sinal são ridículos.


Além da artificialidade dos diálogos, e da exposição demasiada de personagens que não tem nada a oferecer, o roteiro ainda encontra dificuldades em surpreender o expectador, afinal de contas até que não leu o livro consegue prever tudo que vai acontecer ao decorrer do filme. O roteirista cria então, premissas ingênuas para justificar a falta de desenvolvimento de suas personagens e se preocupa demais em criar o terreno para o próximo filme em detrimento de contar uma história.


As cenas de ação, que foram aceitáveis no filme passado, nesse se perdem e se transformam em uma verdadeira bagunça, sem estilo algum. Até a câmera lenta, que foi um recurso bem utilizado no começo do filme, perde a função lá para o meio depois de ter sido utilizada muitas vezes.

A montagem é malfeita e preguiçosa, ignorando sua principal função: fazer o filme andar. A minha impressão é que estava vendo algo que nunca iria acabar, o que me fez cogitar se deveria ou não abandonar a sessão.


Em filmes como esse se espera no mínimo cenarios grandiosos e explosões, mas "Convergente" não se dá sequer o trabalho de entregar computação gráfica mediana, entregando então efeitos visuais incotestavelmente ridículos.


Woodley está até esforçada, mas não tem material para trabalhar. Theo James prova que é um péssimo ator, todas as cenas que ele está em foco são incrivelmente entediantes e química com a personagem de Woodley é lamentável. Milles Teller é a única coisa boa do filme, mas nem com ele o filme se torna aceitável, já que até o ator tem que se esforçar para competir com o péssimo roteiro.


Elgort, Zoë Kravitz, Naomi Watts e Octavia Spencer estão sub-ultizados, mas acredito que não teriam muito o que tirar de seus personagens extremamente vazios e não-cativantes. Jeff Daniels é o vilão da vez, mas, não passa de uma versão tosca do presidente Snow da franquia Jogos vorazes e nem sequer parece saber o que o seu próprio personagem pretende realizar.


O final é bagunçado, cheio de pontas soltas, e depende do personagem de Theo James para tomar alguma iniciativa, mas o mesmo não nos entrega algo a mais além de sua terrível atuação. O desfecho do filme é péssimo e ao contrário dos outros dois filmes, não dá vontade nenhuma de assistir os próximos (o que é um enorme erro se tratando de uma franquia).


Finalizando: “Convergente” é um filme genérico demais, com um péssimo material, bobo demais e não vai a lugar algum. O pior de 2016 até agora. Quanto mais penso, mais acho pior.


NOTA: 2.5


 
 
 

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