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Crítica: "Procurando Dory" - Sem Spoilers

  • João Vitor Dantas
  • 1 de jul. de 2016
  • 3 min de leitura

Tinha apenas 5 anos, mas ainda lembro como se fosse ontem de ir ao cinema e apreciar um dos filmes mais divertidos da minha infância: “Procurando Nemo”, o qual eu tive um imenso prazer de rever inúmeras vezes, não só pela sua incrível história, mas também pelo seus personagens divertidos e até inspiradores.


Agora, treze anos mais tarde (precisava mesmo de tanto tempo, Pixar?) surge “Procurando Dory”, uma espécie continuação/prequel do original.


No início da projeção, Dory, ainda filhote, aprende a lidar com seus problemas de perda de memória, mas após um acidente, acaba se separando dos pais. Depois de anos tentando achá-los ela, por fim, esqueceu completamente seu objetivo. O filme então passa a acontecer um ano após os eventos ocorridos em “Procurando Nemo”. Ocasionalmente, Dory passa a ter alguns flashs de recordações, decidindo então sair em uma aventura em busca dos seus pais, dessa vez com a ajuda do peixe-palhaço Marlin e seu filho Nemo.


Estabelecida a trama, já é notável a falta de originalidade em relação a “Procurando Nemo”. As piadas são parecidas, os conceitos são parecidos (e mais fracos), e o que mais me incomodou: os personagens são, não só parecidos, como praticamente reciclados. No filme original, por exemplo, tínhamos as gaivotas que ajudam Marlin a encontrar seu filho. Já nesse, temos os Mobelhas-do-Pacífico; tínhamos o Gil, um peixe experiente que ajuda Nemo a escapar do aquário, dessa vez temos o Hank, um polvo, que inclusive, tem quase a mesma personalidade de Gil. É a mesma trama disfarçada de nova por alguns “novos” elementos. Isso gera uma grande decepção, já que a Pixar costuma ser bastante criativa nesses aspectos. No entanto, é mais do mesmo.


Se a falta de originalidade pesa, o carisma dos novos personagens é estratosfericamente maior. Hank, um polvo com apenas 7 tentáculos, é, provavelmente, o novo candidato a levar uma continuação com seu nome. Mesmo não vendo tanta necessidade, entendo que pode ser um filme interessante, já que seu personagem, além de enigmático, tem um passado obscuro e ainda é muito divertido. Temos também a divertida Tubarão- Baleia Destiny que tem problemas de visão e, por isso, é insegura para nadar fora do seu reservatório, e o engraçadíssimo Bailey, igualmente seguro devido a sua dificuldade de desenvolver seu talento sensorial. Não posso também deixar de falar da Becky, uma Mobelha-do-Pacífico que gera, provavelmente, as cenas mais engraçadas junto com Bailey.

Dory continua carismática e sustenta facilmente o filme com seu humor e sua ingenuidade. Já Marlin e Nemo, são as grandes decepções. Marlin, continua super-protetor, mesmo sabendo as consequências de sua paranoia em relação seu filho. Após cruzar o oceano e enfrentar uma incrível jornada, era de se esperar, pelo menos, que ele fosse um pouco mais confiante tanto em relação a ele quanto em relação ao seu filho Nemo, que aqui se limita a completar o trio, sem absolutamente nada a acrescentar. Nesse sentido, é notável uma certa preguiça em desenvolver melhor seus personagens, além de criar arcos mais interessantes. Poxa, acompanhamos a jornada de Nemo e Marlin para continuarem limitados e inseguros?


O roteiro é bom o suficiente para segurar a trama, mas, ao contrário do primeiro filme, é insuportavelmente conveniente, dependendo de flashbacks que trazem as memórias de Dory sempre que é necessário acrescentar alguma informação não dada antes; a dependência excessiva deste recurso torna alguns momentos muito cansativos e repetitivos. Essa, sem dúvidas, não foi a solução mais criativa para se contar uma história.

O design de produção é indiscutível. A Pixar já provou seu talento impressionante e se firmou como o maior estúdio de animação do mundo. Entretanto, mesmo já acostumado, a riqueza e atenção aos detalhes ainda é de fazer cair o queixo, e podemos observar como até mesmo as pequenas criaturas marinhas são expressivas o suficiente para você entendê-las. A captura de movimento, animação e criação de mundo, tanto fora, quanto dentro do oceano, são perfeitas.


“Procurando Dory” é divertido, simpático e interessante o suficiente para atrair crianças de adultos para o cinema. Em certos momentos é familiar demais, mas entrega um produto final digno do original.


NOTA: 7.7


 
 
 

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