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Crítica: "Quando as luzes se apagam" - Sem Spoilers

  • João Vitor Dantas
  • 21 de ago. de 2016
  • 2 min de leitura

2016 provou ser um dos melhores dos últimos anos na categoria de gênero de terror/suspense. Tivemos produções de peso e extremamente bem executadas, como o primoroso "A Bruxa", os tensos "Rua Cloverfield, 10" e “Hush – A morte ouve”, o assustador Invocação do Mal 2, o chocante “The Invitation”, e agora o interessantíssimo e divertido “Quando as Luzes se Apagam”.



Baseado no curta de mesmo nome, “Quando as luzes se apagam” conta a história de Rebecca e seu irmão mais novo, Martin, que, após testemunharem eventos sobrenaturais de uma criatura que aparece apenas na ausência de luz, decidem investigar para tentar livrar da assombração.


A direção é do estreante em longas-metragens David F. Sandberg, que conduz o filme de maneira sempre provocativa, mantendo a atenção do espectador, subvertendo alguns clichês e apresentado e expandindo o universo criado no seu curta-metragem de 2013 de maneira bastante natural, o que foi possível devido ao seu roteiro.



Sob o comando de um roteiro mais fraco, o filme estaria sujeito a reviravoltas sem nexo e pelo menos 40 minutos de ceticismo por parte de um dos protagonistas, o que aqui não ocorre, temos um filme direto e objetivo. A subversão de gênero é muito bem utilizada e o roteiro sempre salienta a gravidade do problema, criando novas perguntas no espectador e tomando providências para que elas não sejam respondidas antes da hora.


É interessante por exemplo notar como diferentes formas de luz afetam a criatura de maneiras distintas, como tiros disparados de um revolver emitem luz que contrasta com a escuridão do ambiente, ou como armários e ambientes normalmente pouco iluminados, como embaixo da cama, por exemplo, criam suspense por si só e também a ideia de onipresença da criatura maligna.

Porém, se o roteiro não deixa o espectador relaxar, acaba acrescentando muitos “poréns” na história e esquecendo de respondê-los, ou, pelo menos, dar informações suficientes para que o expectador chegue a uma conclusão. O que é essa entidade? Como ela surgiu? O que exatamente ela é capaz de fazer? São questões deixadas em branco.


Outro ponto negativo é a incoerência em relação às leis estabelecidas pelo próprio filme. Sabemos que a assombração só aparece em sombras ou ausência total de luz, mas, em certos momentos, o filme parece ignorar suas regras e deixa sua premissa interessantíssima como secundária, na tentativa de criar momentos mais assustadores.

A dependência excessiva de jumpscares (susto repentino) e do recurso de a luz acender e apagar para criar sequências tensas também incomoda bastante. Apesar de bem pensado, esse recurso, a partir da metade do filme, torna-se cansativo, com direito apenas a alguns momentos de ressalva em que é muito bem utilizado. Já os jumpscares são problemáticos e em geral mal utilizados, dependendo sempre de oscilações na trilha sonora, que se apresenta bastante enfadonha e esquecível.


Atrelado a ótimas atuações de Teresa Palmer e Gabriel Bateman, “Quando as Luzes se apagam” se beneficia da sua história simples e direta e exercita muito bem a linguagem cinematográfica, o que o coloca acima da média dos filmes de terror comerciais que Hollywood lança anualmente.


Como resultado, temos um filme divertido o suficiente para atrair o público e com uma trama envolvente o suficiente para deixar o espectador preso ao filme, mesmo com suas falhas.


NOTA: 6.8


 
 
 

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