top of page
Buscar

Crítica: "Mogli - O menino lobo" (2016) - Sem Spoilers

  • João Vitor Dantas
  • 18 de abr. de 2016
  • 3 min de leitura

Após o sucesso comercial de “Alice no país das maravilhas”, “Malévola” e “Cinderela”, era obvio que a Disney iria continuar a adotar a formula de refazer seus clássicos em live-action. Nenhum dos filmes anteriores me agradou tanto, mas eram competentes em trazer uma nova perspectiva a respeito da história e até mesmo apresenta-la a novos públicos.


Em 2016, temos aqui um filme que, apesar de ter assistido diversas vezes na infância, nunca me marcou tanto, mas é revisitado de forma exemplar e configura numa das mais gratas surpresas do ano. Com vocês: “The Jungle Book” ou “Mogli: O menino lobo”, como preferirem.


A história é a mesma: Um menino chamado Mogli (Neel Sethi), que foi criado por lobos, abandona sua alcateia devido a ameaça do tigre Shere Khan (Idris Elba) e com ajuda do urso Baloo (Bill Murray) e da pantera Bagheera (Ben Kingsley), enfrenta uma jornada de autodescoberta.


Apesar da falta de necessidade de mais uma adaptação dessa história, o filme é executado com maestria e impressiona em vários quesitos. A direção é de Jon Favreau, que dirigiu também “Homem de ferro” e “Homem de ferro 2”, e aqui o cineasta faz um ótimo trabalho conciliando os elementos clássicos da história com os novos elementos estéticos.


O filme foi totalmente filmado em estúdio e com tela verde, ou seja, tudo presente (menos Neel Sethi) é computação gráfica (CGI). Isso é algo que só a Disney Studios consegue fazer, já que nas mãos de qualquer outra empresa, o filme provavelmente não teria a estética imersiva e impecável que tem.

A floresta, os galhos, os animais de pequeno e grande porte; tudo produzido muito bem e é incrivelmente real. Como o ator mirim contracena apenas com animais falsos, era bem provável que o filme não ficasse orgânico o suficiente, mas nesse caso tudo é orgânico. Desde os movimentos labiais dos animais, até o olhar e o jeito deles se moverem, tudo é muito real, tudo é muito bem feito.


A atuação de Neel Sethi como Mogli não é esplêndida e mesmo sem o peso que normalmente é exigido para conduzir um longa "sozinho", o ator segura o filme muito bem do início ao fim.


Há muitos elogios ao trabalho de voz original, mas como na minha cidade tiveram apenas copias dubladas, não tenho como comentar sobre isso. No ententato, posso falar sobre a dublagem que é razoável para baixo. As vozes não apresentam o mesmo peso que deveria ter, além disso existem dublagens que simplesmente não se encaixam em alguns animais, como na mãe de Mogli, e principalmente a voz do personagem principal que é horrível. A dublagem atrapalha, e muito, na experiência do filme, por isso, se possível, assista legendado.


Todos personagens do filme são construídos muito bem, mas é o urso Baloo que rouba o filme. Além de extremamente carismático, não se limita apenas ao alivio cômico e se mostra o ponto chave da história do menino lobo. É nos momentos com Baloo, que o filme fica mais agradável e a relação dele com Mogli é bastante palpável.

O filme peca em alguns momentos devido a graves problemas de tom. Provavelmente houveram diferenças criativas durante a produção e isso interfere demais ao longo do filme, principalmente no que diz respeito ao final do segundo ato, dificultando então achar um público-alvo para o longa. Enquanto em alguns momentos o filme é infantil demais, em outros momentos, apresenta cenas assustadoras, mortes e violência que claramente não são aconselháveis para crianças muito pequenas.


Não acho que o filme deva se limitar a um tom sério, ou a um tom mais descontraído, mas, se for mistura-los, é necessário ter cuidado para não haver um choque muito grande entre eles, e esse filme claramente não se preocupa com isso. Enquanto alguns momentos são muito adultos, outros são muito infantis (até demais) e isso pesa muito na narrativa. Se eu fosse pai, eu não levaria meu filho caso ele tivesse 6 anos ou menos.


Apesar disso, “Mogli: O menino lobo” cumpre o seu papel e é uma das maiores e mais gratas surpresas do ano. Espero que Disney continue investindo mais em filmes mais ricos como esse, e menos em filmes como "Malévola".


Finalizando: “The Jungle Book” é um espetáculo visual muito imersivo, com personagens carismáticos e, apesar de alguns problemas, é facilmente o melhor filme em live-action da Disney até aqui. Ah, e assistam em 3D.



NOTA: 9.0


 
 
 

Posts recentes

Ver tudo
CINEMA: O melhor e o pior de 2016

Deixando de lado as horríveis tragédias e os ídolos que foram levados bem mais cedo do que deveriam, 2016 foi um bom ano e trouxe boas...

 
 
 

Comments


Em destaque:
Recentes:
Arquivo
Facebook:

© 2016 por Cinematógrafo. Orgulhosamente criado com Wix.com

Cinematógrafo

bottom of page