Pacotão Oscar 2016:
- João Vitor Dantas
- 29 de fev. de 2016
- 4 min de leitura
É isso aí... após 1 ano de espera, longas maratonas de filmes e noites pesquisando sobre a realização de cada um dos grandes indicados desse ano, o Oscar chegou ao fim. É meio triste para mim quando acaba, afinal de contas, eu adoro quando vejo tantas pessoas falando sobre cinema nessa época do ano, eu acho realmente o período “pré-Oscar” espetacular.
Enfim, nesse ano as categorias não foram bem tão divididas entre os filmes como foi no ano passado. Ano passado tivemos também 8 indicados a melhor filme: “Birdman”, “O grande hotel Budapeste”, “Whiplash”, “Sniper americano”, “Selma”, “A teoria de tudo”, “Boyhood” e “O jogo da imitação” e desses indicados todos ganharam pelo menos um prêmio. Já que houve grandes produções que foram totalmente esnobadas como "Perdido em marte", "Carol", "Creed", "Steve Jobs" e etc.

Chris Rock o apresentador esse ano, conseguiu, em seus primeiros minutos, guiar uma cerimônia mais dinâmica do que Neil Patrick Harris no ano passado. Criticando temas como o racismo na academia e as questões envolvendo os boicotes ele conseguiu arrancar risadas e (espero eu) conscientizar grande parte das pessoas sobre um assunto importantíssimo não só no cinema, mas também em todas as formas de arte. “Contei quinze negros ali fora. Bem-vindos ao Oscar, a premiação dos atores brancos. Se a academia também indicasse o apresentador, nem eu estaria aqui agora” falou o comediante.
Infelizmente, o anfitrião não conseguiu manter o tom por muito tempo e a cerimônia começou a ficar bastante maçante e entediante, Chris Rock começou a fazer muitas piadas que não funcionavam, chamou algumas escoteiras para vender biscoitos (??????) e acabou por falar certas coisas que não deveria falar. Lá para 1 hora da manhã, comecei a olhar para o relógio ansiosamente pelas categorias principais, que pareciam demorar cada vez mais a cada piada de mal gosto do comediante. “A falta de indicação para negros já aconteceu 71 outras vezes. Aconteceu nos anos 1950, 1960. Acho que não havia indicados negros em 1962 e 1963 e ninguém protestou. Tínhamos coisas verdadeiras para protestar naquela época. Estávamos muito preocupados sendo assaltados, linchados, do que preocupados com o cinema“.
“O regresso”, líder absoluto de indicações, ficou apenas com 3 estatuetas: Melhor ator para Leonardo DiCaprio, melhor diretor e melhor fotografia.

Finalmente o ator Leonardo DiCaprio conquistou o prêmio que já merecia a anos. Era uma aposta certeira de qualquer um, e foi muito merecido (mesmo achando que não foi a melhor de suas interpretações)
. Alejandro González Iñarritu conquistou, mais uma vez, a estatueta de melhor diretor entrando para o seleto grupo de diretores que ganharam o Oscar duas vezes seguidas. Já o diretor de fotografia Emmanuel Lubezki conseguiu conquistar um grande feito, já que foi vencedor dessa categoria 3 vezes seguidas.
Uma das grandes surpresas da noite foi o desempenho quase impecável de “Mad Max” nas categorias técnicas. Nem o mais otimista dos cinéfilos acreditaria que o longa desbancaria “O regresso” em praticamente todas as categorias técnicas.
“Mad Max: Estrada da fúria” faturou 6 Oscars: Melhor figurino, melhor cabelo e maquiagem, melhor mixagem de som, melhor edição de som, melhor montagem e melhor design de produção.
Outra grande surpresa foi na categoria de melhor ator coadjuvante. Estavam indicados Mark Ruffalo, Tom Hardy, Sylvester Stallone, Christian Bale e Mark Rylance. O grande favorito era Sylvester Stallone pela sua carreira dedicada ao cinema e pelo seu ótimo papel em “Creed”, mas o grande vencedor foi Mark Rylance, por seu excelente papel no longa dirigido por Steven Spielberg: “Ponte dos espiões”.
Em dois outros momentos a academia impressionou e desapontou. Impressionou ao premiar o genial "Ex_Machina" com melhores efeitos visuais, e desapontou dar o Oscar a Sam Smith pela canção original "Writtings's on the wall" do filme "007 contra Spectre" quando claramente quem merecia era Lady Gaga pela música "Til it happens to you" do filme "The Hunting Ground" podendo ser considerado umas das grandes injustiças desse ano (junto com na minha opnião com George Miller no prêmio de direção).
Mesmo com grandes surpresas houve também vários prêmios já pré-definidos, como por exemplo: Melhor atriz para Brie Larson pelo desempenho impressionante em “O quarto de Jack”; melhor atriz coadjuvante para a lindissíma Alicia Vikander em “A garota dinamarquesa”; melhor animação para a Disney/Pixar pelo longa “DivertidaMente”; melhor filme estrangeiro para o húngaro “O filho de Saul” e por fim o melhor documentário para o filme “Amy”.
Os momentos mais emocionantes ficaram pela linda homenagem, sempre presente na cerimônia, aos membros do cinema, televisão e teatro que morrerarm durante o ano, "In memoriam", e a a premiação do veterano compositor Ennio Morricone. Ele foi responsavel durante toda sua carreira pela composição e o arranjo de mais de 500 filmes e programas de televisão. Morricone recebeu a estatueta de melhor trilha sonora no filme "Os oito odiados", e foi ovacionado pelo público. Com 87 anos de idade "o mestre" tentou se conter com a homenagem, mesmo que sem sem sucesso.
No final, a academia voltar a surpreender premiando o excelente "Spotlight" com o posto de melhor filme do ano. Um grande flme que fala sobre os membros da igreja que praticavam o abuso de menores e eram acobertados pela própria instituição.
Agora é esperar que essa nova temporada de filmes seja tão boa quanto foi no ano passado; E que traga menos filmes mediocres como "Deuses do Egito" e mais grandes produções com grandes histórias.
Até a próxima, bons filmes. João Vitor Dantas

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